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*Brasil vive saia justa diplomática e crise econômica pode se agravar, aponta especialista em direito internacional*

Desde a visita do presidente Jair Bolsonaro a Moscou, passando pela condição de neutralidade e após ser considerada uma nação não hostil a Rússia, o Brasil vive, segundo o advogado e especialista em Direito Internacional, Leonardo Leão, uma saia justa diplomática na guerra entre Rússia e Ucrânia que já dura quase quinze dias.

“Não é fácil no atual contexto se manter neutro, o Brasil não está na lista de nações hostis a Rússia, mas é visto pelos Estados Unidos como aliado, no Conselho de Segurança da ONU o voto foi de condenação a invasão russa. Se o Brasil assumir de fato uma posição, pode ter arranhões na diplomacia”, afirma Leão.

Além do voto de condenação a invasão russa no Conselho de Segurança da ONU, o vice-presidente da republica, Hamilton Mourão também deu declarações condenando a invasão, mas foi posteriormente desautorizado pelo presidente Bolsonaro em uma transmissão pela internet. Ainda segundo o Leonardo Leão, mesmo diante do silêncio do governo brasileiro, a posição de neutralidade não deve durar se a guerra persistir por mais dias.

“Nosso país tem uma relação comercial muito profunda tanto com a Rússia, China e Estados Unidos, estamos em uma saia justa, se esse conflito persistir, o Brasil vai ter que declarar um lado e infelizmente de alguma forma sofrer uma indisposição com um dos lados”.

Leão afirma também que não precisa ser especialista para observar que a crise econômica no Brasil tende a piorar devido a guerra na Ucrânia, a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 1,01% em fevereiro, maior variação para o mês desde 2015, em um ano a alta está em 10,54%.

“Já estamos vendo a disparada dos preços das commodities, a Petrobrás acabou de anunciar o reajuste do preço dos combustíveis e a gente sabe que o Brasil por ser um país de logística predominantemente rodoviária acaba acarretando no aumento de preço final de diversos produtos, isso acaba aumentando a inflação”, comentou.

Outro fator apontado devido a guerra são as bolsas de valores do mundo inteiro que sofrem com as incertezas dos investidores, principalmente nos países emergentes como o Brasil. Após uma sequencia de altas, no inicio da segunda semana de março, o Ibovespa fechou em queda de 0,35%, aos 111.203,45 pontos, após alternar alta e baixa diversas vezes na sessão, à medida que as incertezas envolvendo o conflito na Ucrânia elevam a volatilidade dos mercados globais.

“Em um momento de conflito os investidores internacionais acabam segurando a mão e países emergentes como Brasil são considerados mercados de riscos, isso ocasiona uma queda da bolsa, acaba faltando investimento e sobrando desconfiança, e isso é péssimo para nossa economia, infelizmente a população já está pagando a conta”, finalizou.






  • Fontes: FABRÍCIO JUNQUEIRA

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