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Ser Pai: o importante é amar de verdade, papel insubstituível

Ser pai é transmitir a vida. É muito mais ainda. É difundir amor. É amar. É saber confiar. É crer no filho. É deixá-lo crescer. È vigiar sem ofender. É cuidar sem sufocar.
É compreender. É ter paciência de vê-lo crescer. É mostrar os caminhos. É deixá-lo escolher. É estar atento às suas necessidades. É ser verdadeiro para que ele encontre a verdade.
É acreditar nos homens para que ele descubra verdadeiros amigos. É ser honesto consigo mesmo, para que acredite em mim. É abrir as portas da minha casa, para que haja mais união.
É compreender que sou pecador, para que ele perdoe minhas falhas. É ficar bem pequeno, para que ele possa se lançar na vida.
É tornar-se forte, para deixá-lo partir. Seguir seu caminho. Pular obstáculos sem medo. Ajudar e pedir ajuda. Cair e levantar. Ser feliz na sua liberdade. Como é difícil ser pai! O importante não é dizer “Eu amo”. O importante é amar de verdade!
Os pais devem assumir seu papel insubstituível na educação dos filhos. Jamais podem se auto-excluir dessa responsabilidade e missão. Os pais jamais devem se auto excluírem-se da vida dos seus filhos, o que é gravíssimo.
É essencial o papel dos pais na educação dos filhos, para que cresçam na responsabilidade de si e dos outros.
A tarefa educativa dos pais para uma constatação óbvia, mas nos tempos atuais não faltam as inúmeras dificuldades. É muitas vezes difícil educar para pais que vêem os filhos só à noite.
A missão de educar é ainda mais difícil para os pais separados, sobretudo quando os filhos são como que “seqüestrados”, o que lhes faz muito mal: O pai fala-lhe mal da mãe, a mãe fala mal do pai.
Jamais tornar um filho refém. Se são separados, a vida deu-vos essa prova, mas que os filhos não sejam aqueles que transportem o peso desta separação, que não sejam usados como reféns contra o outro cônjuge.
Diante das incertezas do futuro, e estando “seqüestrados pelo trabalho e outras preocupações, a que se juntam as novas exigências dos filhos e a complexidade da vida atual, muitos pais encontram-se como que paralisados pelo medo de errar.
O grande problema com os filhos não é só falar, um diálogo muitas vezes superficial que não leva a um verdadeiro encontro da mente e do coração.
É procurar compreender onde os filhos estão verdadeiramente no seu caminho de vida. Onde está realmente a sua alma e seu coração? Que caminho está trilhando na vida? Sabemo-lo, e sobretudo queremos sabê-lo? Ou se finge saber?
A vida não se faz no laboratório, mas na realidade. A boa educação familiar é a coluna vertebral da família e da sociedade. Pais ensinam principalmente pelo exemplo e pelo testemunho.
Em todos os estratos sociais encontramos famílias desmoronadas ou a desfazerem-se. Famílias desestruturadas, onde os que pagam a fatura dos desatinos cometidos sãos os membros mais frágeis: as crianças e adolescentes.
Os filhos ficam confusos, convivendo eventualmente com a mãe e não sabendo se passarão o fim de semana com o pai.
A família, santuário da vida, a primeira estrutura de acolhimento, que deveria oferecer o aconchego propício para a partilha dos afetos, para a transmissão de valores e da fé, para o amadurecimento dos sentimentos, para dar e receber amor, para realização da pessoa, manifesta grandes dificuldades na sua missão.
No seio da família os pais tem missão essencial de colocar em prática aquilo que escreveu São Paulo: “Revesti-vos de sentimentos de misericórdia, benignidade, humildade, mansidão, tolerância, levando-vos ao colo uns aos outros e perdoando-vos mutuamente se alguém tem razão de queixa contra outro. Como o Senhor vos perdoou, perdoai também vós. Por cima de tudo isto, porém, cingi-vos com o amor mútuo, que é o laço de perfeição ”( Cl 3, 12-14).
Nas relações com o pai põe o filho a pensar no hoje e no amanhã: “Quem honra o pai encontrará alegria nos próprios filhos... Quem honra o pai gozará de longa vida... Filho,honra teu pai com palavras e ações, para que desça sobre ti a sua bênção... (Eclo 3, 6-7).
Ser pai consiste num ato de dar: dar o melhor de si próprio, a vida. Mesmo que manifeste incompetência em exercer a função de pai, o filho não pode devolver-lhe a incompetência recusando-lhe a gratidão pelo dom fundador da sua existência.
Num país oriental era hábito remanescente – que o pai velhinho, já incapaz de trabalhar, fosse levado para a montanha, para lá morrer abandonado. Chegou a altura de um filho o fazer ao pai. Uma vez na montanha, deitou-o no chão e deu-lhe uma manta para que se abrigasse do frio até à morte. E começou a despedir-se. A intempérie, os animais selvagens e as aves de rapina fariam o resto. Mas aí ocorreu a surpresa eloqüente: “Filho, leva a metade da manta contigo e guarda-a para quando o teu filho te trouxer para este mesmo lugar”. O filho captou imediatamente a mensagem gritante. Banhado em lágrimas purificadoras, pegou o pai e colocou-o no colo e trouxe-o de volta para casa, aonde pertencia.
A família na cultura de hoje induz muitos filhos a levarem os pais para outras “montanhas”, com diferentes nomes: lares de idosos, asilos, centros de acolhimento... Mas a sabedoria popular, canal de refinada cultura, é pungente com o provérbio secular: “Filho és, pai serás: como fizeres assim acharás”.
Os pais e mães precisam muitas vezes regressarem do seu “exílio” e reassumir plenamente o seu papel educativo. Uma educação baseada no amor, ternura e paciência.
Prof. Dr. José Pereira da Silva







  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA

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