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NASCE UM JORNAL

12 de Agosto de 1998, nasce o Jornal Matéria Prima, cuja capa minhas secretinas Lívida e Fauzi foram buscar nos meus Archivos Implacáveis para comemorar a data de hoje.
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Queira sentar-se que lá vem história.
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Como você não sabe eu era diretor de Esportes do Taubaté Country Club onde nasceu a ideia de fazer um jornalzinho naquele clube,
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Chamava-se "Taubaté Country Club é Notícia" cujas 24 edições mandei encadernar e estão nos arquivos do TCC.
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Vendo aquela publicação mensal, os saudosos jornalistas Djalma Castro e José Antonio de Souza, da Gazeta de Taubaté, me convidaram para fazer uma coluna diária naquele jornal.
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Foi quando criei a coluna Cartão Vermelho que retratava de forma satírica os acontecimentos dos deselegantes desta cidade que um dia pertenceu à Condessa de Vimieiro.
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Claro que houve chiadeira; "Como um diretor do clube da elite da cidade escreve satirizando a elite da cidade?"...foi a reclamação.
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Me deram um ultimato:: "A diretoria do TCC ou a Gazeta?"
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Pedi demissão do TCC e apimentei ainda mais o Cartão Vermelho.
Mas os pedidos eram outros: "Por que você não lança o seu próprio jornal pois a sua coluna é a que todos lêem na Gazeta?"
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Sentado um dia no Bar do Pereba alguns amigos empresários deram o empurrão que faltava: patrocínio para a impressão do jornal.
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Contando com as preciosas fotos dos arquivos do saudoso Horton Sidney Cunha, a coluna da professora Duda Mattos, as colunas de futebol de meu filho Tatau Diniz, mais os colunistas que eu inventava.
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A conselheira sexual Guilhermina Miranda, a espevitada Paula Tejando, Benedito Loyola, Toninho Satanás, Lívida do Grello Maior, os advogados Benjamin Haapica e Oscar Alho, o Matéria Prima em pouco tempo foi consagrado pelos amigos italianos como o Rei das Bancas.
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Era leitura obrigatória nas sextas feitas com uma linha que batizei de "MIS" - Mordaz-Irônico-Sarcástico.
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Vieram as prisões por conta de matérias em que os "periquitinhos" (informantes) quando chamados diante do Homem da Capa Preta se acovardaram e negaram o fato que me haviam relatado.
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Na prisão colhi matérias para publicar em 2012 o livro Diário da Tranca cujo lançamento festivo deu-se no Solar Viscondessa do Tremembé, cedido gentilmente pela Unitau com a presença de dezenas de amigos.
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No Diário da Tranca eu conto inclusive como fui convidado para ser treinador do time de um dos pavilhões no campeonato interno de futebol.
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Também fui convidado a dar palestra sobre o livro na Escola Municipal Flair Armani em Caçapava, no período diurno e noturno, quando a primeira pergunta que os alunos me fizeram foi se eu havia sido estuprado na cadeia.
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Como você não sabe o Presídio Edgar Noronha - Pemano - é um presídio em regime semi-aberto que abriga cerca de duas mil pessoas divididas em 16 pavilhões, com biblioteca, campos de futebol, amplos espaços.
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Hoje no dia do aniversário do Jornal Matéria Prima eu festejo também o meu, obedecendo a regra que está na Bíblia segundo a qual "não se deve sepultar o dom recebido".
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Como eu suponho ter herdado o dom da escrita de meu bisavô George Charles Dupin que fez o primeiro jornal de Juiz de Fora - O Pharol - tema de meu próximo livro.
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Temporariamente fora do ar pelos motivos que se sabe, em breve o Jornal Matéria Prima voltará a circular.
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Segundo Assis Chateaubriand Bandeira de Mello - dos Diários Associados - "quando você pensa que um jornal morreu...ele volta".
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E você pode ter certeza que aquele jornaleco metido a besta vai volta.
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Isso posto....à luta lanceiros...obrigado pela atenção despencada.






  • Fontes: JOSÉ DINIZ JUNIOR

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