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"DIZO"

Mais uma figurinha carimbada que fui buscar nos meus Arquivos Implacáveis.
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Queira sentar-se que lá vem história.
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Benedito Ramos era o nome dele, irmão do Nôia que era craque de bola.
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Dizo era de outro ramo: gostava de cantar óperas com um vozeirão que não combinava com sua baixa estatura.
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Como as almas gêmeas se atraem, acabou casando-se com uma figuraça chamada Dinorah.
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E o casal teve duas filhas: Patrícia e Karina Sbruzzi, outra figuraça que anima qualquer ambiente.
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O grande "cartão de visitas" do Dizo era proclamar-se "cunhado do Zito", o bicampeão mundial de futebol nascido em Roseira.
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Lembro-me de um Carnaval na Associação - rua Visconde do Rio Branco - quando Dizo sentiu-se incomodado com o procedimento de um folião e chamou-lhe a atenção dizendo: "Eu sou cunhado do Zito".
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Como você não sabe, quando um menino chamado Edson Arantes do Nascimento - mais conhecido como Pelé - veio fazer o Exame de Madureza em Taubaté, hospedou-se no fim de semana na casa da mãe de Dizo, ao lado do Taubaté Country Club.
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(Exame de Madureza era a oportunidade que o Governo Federal dava a quem não havia cursado o ginásio para conseguir o diploma com apenas alguns exames).
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Dizo desfilava seu repertório em qualquer casamento ou batizado, mesmo a "capela" e quando chegava o Carnaval os três dias eram poucos para ele.
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Por muitos anos ganhou troféu no TCC como o "folião do ano" pois rodava o salão desde os primeiros acordes da orquestra cantando as marchinhas.
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Nos últimos anos de vida comandou um estacionamento na Rua Visconde do Rio Branco onde jamais deixou de cantar uma ópera quando era visitado por um velho amigo.
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Mais um personagem que fez parte do lado festeiro de Taubaté, que se foi como muitos outros. Mas eu eu faço questão de trazer de volta a cada dia.
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Esqueceu que "sem humor não existe equilíbrio?"






  • Fontes: JOSÉ DINIZ JUNIOR