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LARGO DO CHAFARIZ

O nome oficial é Praça Rui Barbosa, uma localização conhecida, duas quadras acima do Mercado Municipal.
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Uma comunidade formada por uma praça e quatro ruas, mas com intensa vida esportiva e cultural, graças aos seus diversos personagens.
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Queira sentar-se que lá vem história.
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Em torno de um dos principais times de futebol amador da cidade, o E.C. XV de Novembro, de uma Escola de Samba, Acadêmicos do Chafariz, de um Bloco Carnavalesco, "Onde é que eu tô?", existe um mundo de personagens curiosos que dão vida àquela praça.
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...McLaren.... Fubá...Quildare....Bala...Cateco...Nelson Rã....Berto Mula...Cidinha-Dinha....Chico Porco...Bezerrão...Zague...Baixote....Kudicorvo...Tuca..e a Torcida Piratas do Chafariz.
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Os integrantes da Velha Guarda que se reúnem no Bar do Osmar para disputarem no balcão o troféu "Cotovelo de Ouro". Alguns já nos deixaram: Luiz Carlos Ratto, Juju, Ivan Negrão, Bindito Loyola, Edson Amaral, Arnaldo Sbruzzi e Benedito Tadeu Pião que você está vendo na foto que fui buscar nos meus Arquivos Implacáveis.
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Quando pegava um violão e chamava uma "branquinha" para esquentar a garganta, Tadeu Pião era imbatível.
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Eram velhas canções e declamações sertanejas que só Tadeu Pião sabia entoar.
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Os sábados no Bar do Gama ou no Bar do Osmar jamais fechavam as portas quando Tadeu empunhava o violão.
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Há mais de vinte anos, era um domingo normal, Tadeu já estava em casa vendo a televisão, quando uma filha telefonou para que ele a fosse buscar numa festa domingueira.
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Tadeu convidou a esposa e um filho para o acompanharem naquela que seria sua última função entre nós.
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Na esquina da Avenida do Povo com Emilio Winther um veículo em alta velocidade acabou com a família de Tadeu.
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No sepultamento no dia seguinte no Cemitério Municipal, um ônibus vindo de São Luiz do Paratinga trouxe os amigos para despedir-se do seresteiro que foi velado ao lado da esposa e do filho numa tristeza raramente vista.
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Assim termino mais uma pequena e triste história do Largo do Chafariz, um espaço que os poucos que não frequentam não conseguem explicar como funciona.
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Uma praça que eu costumo escrever em tempos normais como a "minha praia nos fins de semana"..
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Isso posto....






  • Fontes: JOSÉ DINIZ JUNIOR