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Redescobrir o valor e o sentido terapêutico do sofrimento

O sofrimento não pode eliminá-lo totalmente, mas pode adquirir sentido e levar ao crescimento e amadurecimento. Não podemos esquecer os sofrimentos individuais e coletivos. O sofrimento recorda-nos da importância da esperança e compaixão. O sofrimento é uma experiência universal e faz parte da condição humana. É algo complexo e multifacetado.
É importante compreender o sentido do sofrimento e sabê-lo enfrentar numa justa perspectiva. O sofrimento permanece uma realidade que deve ser assumido e enfrentado na medida do possível.
Saber usar o sofrimento exige muita paciência e esperança. O sentido do sofrimento depende muito da atitude que assumimos em realçai a ele. O sofrimento é uma provação.
O sofrimento não pode nos fechar em nós mesmos. Diante do sofrimento não podemos ser meros expectadores. Não podemos ignorar as dores e sofrimentos. O sofrimento faz parte do percurso humano pessoal.
O sofrimento pode ser vivido de formas diferentes: com amor, acolhimento e cuidado alivia-se e agrava-se quando é abandonado à solidão. A vida deve ser amparada em todos os momentos. A vida é idêntica em todas as suas fases. A vida daquele que sofre tem o mesmo valor daquele que não sofre; a vida não é diminuída pelo sofrimento. Devemos amar a vida e cuidar com carinho e atenção dos que sofrem. Toda linguagem parece inadequada diante do sofrimento.
O sofrimento pode ser um momento de descoberta da própria riqueza interior e de criação de uma nova forma de viver. Aceitar o inevitável ajuda muitas vezes a mitigar a dor e ser ocasião de crescimento. A debilidade faz parte da vida humana e deve-se aceitar com dignidade.
É fundamental manter nosso espírito saudável mesmo quando o corpo já não o é. Não podemos adoecer mentalmente e emocionalmente. Não devemos criar o sofrimento desnecessário.
O sofrimento impõe silêncios, pausas no ritmo da vida. Devemos escutar os silêncios e tocar a fragilidade humana. Aproximar do sofrimento com silêncio e amor. Somos frágeis porém devemos continuar apesar deles. Faz parte do nosso caminho e do nosso mister humano de viver. No mar da vida enfrentamos tempestades e naufrágios. O amor pode dar sentido ao sofrimento. O sofrimento pode embrutecer e o amor pode humanizar. Nós devemos pensar sobre o que fizemos de nossos sofrimentos. O sofrimento desarma a razão. Às vezes nos cabe esperar. É um momento de nudez e fraqueza e também de novidade. Existe vida e dignidade na fraqueza. Fazer da fraqueza e sofrimento uma força. A felicidade muitas vezes é ganha com o sofrimento, parece um paradoxo para a sensibilidade moderna. Porém existe uma fecundidade entre ambas.
Devemos perceber que existe autenticidade no sofrimento, pois é o lugar onde podemos ser quem somos. O sofrimento encontra-nos vulneráveis ao contrário das selfies perfeitas das redes sociais. O sofrimento é real e humano. Existe diferentes sofrimentos. O sofrimento me liga a humanidade do meu semelhante. Podemos falar de um sofrimento e vulnerabilidade compartilhadas. O sofrimento compartilhado traz um bálsamo e um novo alento de esperança. Devemos encontrar o ser humano lá onde está mesmo no sofrimento. Um cossofrimento. Erguer as ruínas de uma existência marcada pelo sofrimento e reconstruir a vida com paciente esperança. O sofrimento deve ser elaborado.
O sofrimento é um tempo de tirar da vida as vaidades mundanas e do orgulho que nos paralisa. Um tempo de remoção de tantas coisas supérfluas.
Diante do sofrimento devemos ter atenção a pessoa que sofre, ao humano, a escuta do sofrimento do outro. Ser uma presença para aquele que sofre. Criar um clima de acolhida e amor. Carregar o peso uns dos outros. Uma mão que alivia, uma palavra que encoraja. Escutar o sofrimento nos leva a compaixão e a compaixão a responsabilidade para com o outro. Devemos evitar a indiferença. Próximo daquele que sofre!
10.10.2025 Prof. Dr. José Pereira da Silva




















  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA