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A urgente necessidade de humanização

Assistimos numa escala mundial acontecimentos sempre crescentes de depauperamento da existência humana. Acontecimentos que podem levar a destruição da humanidade não só do todo como também da humanidade que existe em cada pessoa. Situações que caminham rumo a barbárie.
É fundamental diante de tais situações reiterar sempre de novo a urgente necessidade de humanização. Um despertar das consciências adormecidas ou como diz certo autor a insurreição das consciências.
É preciso humanizar as pessoas, a sociedade e suas estruturas entre outros. Criar um tecido social de várias humanidades. O ser humano encontra-se situado entre o inumano e o pós-moderno. São muitas as inquietações diante do humano. O surgimento de estruturas artificiais aparelhadas de inteligência humana. Alguns se perguntam se o homo sapiens será substituído pela macchina sapiens. São questões atuais que geram inquietações. O escritor francês Júlio Verne (1828-1905) em suas obras de ficção já colocava a questão da ética no campo da pesquisa e se interrogava sobre os limites para além dos quais a viagem é um percurso à deriva.
Em muitas situações percebe-se a negação do próprio humano, que é reduzido a coisa. Situações que nega a própria pessoa e nega a vida humana. Temos infelizmente a proliferação de anti-humanismos.
É preciso perceber no cotidiano aquilo que é desumano e nega a humanidade. O que pode ser feito nas relações pessoais, familiares e institucionais. É preciso reconhecer o outro como pessoa em sua dignidade. O homem é sempre um fim, nunca meio o que significa dizer que é uma pessoa e representa um valor, isto é, tem um valor em si mesmo.
Hoje fala-se do pós-humano que consiste na ligação da biologia com a tecnologia. Outros pensam no transumanismo num delírio de onipotência. Diante de tudo isso surge e sempre surgirá a pergunta fundamental feita durante séculos: O que é o homem? No que ele está se transformando? Qual o futuro do homem e da humanidade?
27.09.2024 Prof. Dr. José Pereira da Silva








  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA