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Escutar o sofrimento do outro

  • 22-Sep-2024 10:43 • Lelis Martins
Vivemos numa sociedade que tem dificuldade de escutar o outro e de as pessoas escutarem a si mesmas. É importante escutar-nos! Escutar implica o sentir a respeito de nós mesmos. Aqui está uma dificuldade o sentir-se. O que exige uma escuta amorosa.
A escuta amorosa exige amar a si mesmo, respeito à própria pessoa, distanciar-se do egoísmo que leva ao fechamento em si mesmo e desprezo do outro. Implica um amor sadio, em que o valor não está somente no fazer porém no ser, no que se é enquanto pessoa.
Quando falta o amor sadio e a escuta amorosa gera-se o desequilíbrio e alimenta-se o egoísmo, o fechamento ao outro.
Criar-se um pseudo-amor centrado no próprio eu, o que leva a incapacidade para um sadio relacionamento com o semelhante. Ter um contato amoroso e positivo conosco. O escutar a si mesmo é abrir-se a autenticidade. É vencer as resistências em relação a si mesmo.
Essa escuta implica em tomar contado com sua realidade integral e integradora. Libertar a atenção!
Essa escuta deve conduzir da superfície até o centro da pessoa, o mais profundo da pessoa. Atinge a pessoa total.
O que escreveu Lang: “ O que pensamos é menos do que sabemos; o que sabemos é menos do que amamos, e o que amamos é muito menos do que existe”. O amor constitui o eu sadio e seu crescimento permitirá o estabelecimento de vínculos.
A sociedade vive uma ausência de uma cultura da escuta que saiba fazer-se atenta à solidão e aos sofrimentos das pessoas. Uma escuta que implica em abrir-se e acolher o sofrimento do outro. Não escutar o outro é condená-lo ao silêncio. Infelizmente na sociedade do espetáculo e dos aplausos que vê o sofrimento porém não escuta o sofrimento do outro humanamente.
Quem não sabe escutar o sofrimento profundo de si mesmo terá dificuldade de escutar o sofrimento do outro. Escutar é um ato humanizador. É reconhecer a humanidade ferida. O que exige cuidar do humano que está em nós e se abrir ao sofrimento do outro.
20.09.2024 Prof. Dr. José Pereira da Silva









  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA

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