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Taubateanos na Revolução Paulista

A Revolução Constitucionalista de 1932, também denominada "Revolução Paulista", mobilizou todo o Estado de São Paulo contra a ilegalidade do governo de Getúlio Vargas que, conduzido ao poder em 3 de novembro de 1930 pela Junta Militar que depôs o Presidente Washington Luís, se manteve no poder desde a Revolução de 1930, governando o país sem uma Constituição.

Nessa época, era interventor federal em São Paulo, Pedro de Toledo, que tendo sido nomeado por Getúlio Vargas a 7 de março de 1932, permaneceu no poder até 10 de julho do mesmo ano, quando foi aclamado Governador de São Paulo e Comandante Civil da Revolução Constitucionalista.

A revolução, iniciada em São Paulo no sábado, 9 de Julho de 1932, esteve sob a liderança dos generais Euclides Figueiredo, Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger, tendo como antecedente, um confronto entre acadêmicos da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e getulistas, ocorrido no centro de São Paulo, na esquina da Praça da República com a Rua Barão de Itapetininga, na noite de 23 de Maio, no qual foram mortos treze civis, entre eles, os quatro estudantes paulistas: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, origem do movimento revolucionário M.M.D.C.

A intensa mobilização popular que tomou maior vulto na capital paulista, logo se estendeu também para todo o interior do Estado de São Paulo.

A grande maioria das cidades do interior paulista formou seus próprios batalhões de voluntários para o combate nas linhas de frente, nas divisas dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

Taubaté foi, durante todo o período revolucionário, sede da Delegacia Técnica Militar do Movimento M.M.D.C., instalada na Câmara Municipal, na época funcionando na Praça Dom Epaminondas.

A participação de cidadãos taubateanos nos conflitos que envolveram os paulistas na Revolução de 32 efetivou-se com a formação em Taubaté, de três batalhões de combate: Batalhão "Jacques Félix", Batalhão "Major Bello Paranhos" e Batalhão "Mantiqueira".

O Batalhão "Jacques Félix" era dirigido por Juvenal Barbosa, auxiliado pelo Dr. Antonio de Moura Abud, João Macedo Reis e Jaurés Guisard, contando com a participação de mais de cem voluntários, atuando na região de Cunha.

O Batalhão Auxiliar da Força Pública do Estado de São Paulo "Major Bello Paranhos", foi organizado em Taubaté a 8 de setembro de 1932, tendo como patrono o Major da Força Pública do Estado de São Paulo, Manoel Bello Paranhos Cardoso, interventor municipal de Taubaté, em substituição ao Prefeito Municipal, entre 13 de julho e 21 de setembro de 1932.

O Batalhão "Mantiqueira" também foi organizado em Taubaté, a 1° de setembro de 1932, absorvendo o contingente de voluntários taubateanos.

O local dos alistamentos de voluntários taubateanos era o Grupo Escolar Dr. Lopes Chaves, prédio duplamente histórico: por ter sido o 1° Grupo Escolar de Taubaté, inaugurado em 1902 e por ter sido o local de alistamento dos voluntários de 32.

Entre os jovens voluntários taubateanos, cinco deles posteriormente se destacariam na politica local, ocupando o cargo de Prefeito Municipal:

- Anízio Ortiz Monteiro
(16/10/32 a 8/11/33)
- José Milliet Filho
(12/11/33 a 12/02/36)
- José Gomes Tinoco
(13/2/36 a 28/8/36)
- Jaurés Guisard
(7/4/47 a 26/5/47)
e por mais dois mandatos: de 56 a 59 e de 64 a 69
- Dr. José Luís de Almeida Soares
(1/1/48 a 31/12/51)

Seis jovens voluntários taubateanos, tombaram em combate, nas diversas frentes constitucionalistas:

- Benedito Egídio Barbosa
- Benedito Pereira
- Benedito Sérgio Pinto
- César Penna Ramos
- José Corrêa e
- José Eleutério dos Santos

Em 2010, nas comemorações realizadas pelo aniversário de Taubaté, entre diversos outros, foi inaugurado o Monumento aos Voluntários de 32 Mortos em Combate.

Sua construção, 46 anos depois de ter sido oficialmente criado pela Lei Municipal n° 777, de 20 de fevereiro de 1964, presta homenagem aos seis voluntários constitucionalistas taubateanos, mortos em combate.

Para a sua edificação, foi escolhida a Praça Sta. Teresinha, na proximidade da Rua Voluntário Penna Ramos, um dos homenageados.

Na imagem, reprodução de foto do Batalhão Jacques Félix, perfilado em frente ao Santuário de Sta. Teresinha, visivelmente inacabado.






  • Fontes: Memórias de São Paulo

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