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Crise ambiental é também social


Escreveu o filósofo inglês Francis
Bacon (1561-1626):”Só se pode vencer a natureza obedecendo-lhe”, Este respeito foi desaparecendo, sobretudo nos nossos tempos, com o excesso de exploração dos recursos, a poluição industrial do ambiente , o desperdício incontrolado dos bens, a devastação na natureza, a urbanização selvagem.
Sugestivamente, Abraham Cowley, poeta inglês do século XVII, afirmava que “foi Deus a criar o primeiro jardim, e Caim a edificar a primeira cidade”, como se lê, sobre esta, à qual deuo nome do seu filho, Henoc, no livro do Gênesis (4,17).
Devemos pensar numa ecologia integral, existe uma crise sócio-ambiental. É por isso que o tema da sustentabilidade envolve não só os cientistas e os políticos, mas também as religiões, a partir da bíblica, que é histórico-cósmica.
O universo é visto como uma criação, e a história humana compreende também a presença ativa de Deus junto à liberdade humana. O progresso da civilização deve ser sustentável para que todos possam satisfazer as exigências fundamentais da vida e realizar aspirações e projetos da existência humana.
É por isso que, a par dos direitos civis e políticos, e dos econômicos, sociais , culturais – presentes já na Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), se deve colocar toda uma série de novos direitos, como o equilíbrio ecológico, a defesa ambiental e dos recursos naturais, até às questões mais específicas das manipulações genéticas e da bioética.
É preciso encontrar audácia e responsabilidade, para encontrar formas de desenvolvimento sustentável e equitativo dentro de uma concepção ampla de qualidade de vida.
O discurso sobre a relação – boa ou má – entre os seres humanos e o planeta tem de ser sempre assumido em primeira pessoa, individual ou coletiva. Na relação com o ambiente, é sempre um “eu” ou um “nós” que está em causa.
Não há ser algum que ecossistemicamente não tenha importância em qualquer ecossistema, independente da dimensão do nosso. Tal pode , dizer-se do maior ecossistema que se conhece, o terrestre – aliás, salve especulações, mais ou menos mágica, é o único que se conhece.
Esta importância, sempre absoluta no que é, acontece porque cada ecossistema é apenas a interação de todos os seus componentes constituintes. É fundamental a importância de cada elemento constitutivo do ecossistema. É uma questão de princípio.
É preciso, amar, como dom, cada coisa ou criatura como Deus a ama, nesse amor compossibilitando a comum vida naTerra.
Prof. José Pereira da Silva








  • Fontes: PROFESSOR DR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA

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