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A MAÇONARIA E A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Como cumprir esta tríade sem um governo Democrático em sua plenitude???

No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente.

Na noite deste mesmo dia, o marechal assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório.

Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim.

No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial partiam rumo à Europa.

Tinha início a República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo provisoriamente o posto de presidente do Brasil.

A partir de então, o pais seria governado por um presidente escolhido pelo povo através das eleições.

Foi um grande avanço rumo a consolidação da democracia no Brasil

É inegável afirmar que em todos os eventos históricos brasileiros se teve a presença ‘notável’ da maçonaria.

E todos foram tramados e concretizados dentro das Lojas maçônicas.

Assim, não poderia deixar de ser com a Proclamação da República.

A implantação da República foi, sem dúvida, a maior revolução de nossa História, tendo como líderes os IIr.·. Deodoro da Fonseca e Benjamim constant.

A palavra REPÚBLICA, derivada do Latim (res publica), é definida como coisa pública.

É o sistema de governo em que um ou vários indivíduos eleitos pelo Povo, exercem, em seu nome, o poder supremo, por um determinado tempo.

A Proclamação da República no Brasil foi uma consequência natural da profunda crise ocorrida no Império Brasileiro, provocada pelas transformações que ocorreram na Sociedade Brasileira, principalmente a partir de 1870, isto é, após o término da Guerra do Paraguai.

As questões Militar, Religiosa e da Libertação dos Escravos, conjuntamente, foram as causas da queda do Império e da Proclamação da República, porque o poder do Governo Imperial sustentava-se, principalmente, na Escravidão, no Exército e na Igreja.

A razão que levou o exército a contrapor-se ao Governo Imperial foi que, apesar de ter saído da Guerra do Paraguai vitorioso, fortalecido e modernizado, continuou a ser marginalizado pela aristocracia, que detinha o poder e, por isso, os militares passaram a acreditar que somente o Exército poderia salvar o Pais da crise econômica; dos problemas sociais; das fraudes eleitorais; da corrupção política, etc.

A Igreja, por sua vez, queria sua liberdade, pois, encontrava-se submetida ao domínio Imperial.

Em 1864, a Bula Papal "Syllabus" proibiu os padres de fazerem parte da Maçonaria, proibição que não foi aceita pelo Governo Imperial e, em 1874, o Primeiro-Ministro, Visconde do Rio Branco, Grão-Mestre da Maçonaria, mandou prender os Bispos de Olinda e de Belém do Pará, que mandaram fechar irmandades religiosas de Pernambuco e do Pará, cujos membros não tivessem abandonado a Maçonaria.

Contudo, em 1875, sendo Primeiro-Ministro o Duque de Caxias, também membro da Maçonaria, foram aqueles prelados postos em liberdade.

As diversas leis de cunho antiescravista, como a Lei do Ventre Livre (28.09.1871); a Lei dos Sexagenários (28.09.1885) e, finalmente, a Lei Áurea (13.05.1888), foram fatores preponderantes ao enfraquecimento do Império, contribuindo, decisivamente, para acelerar o processo que culminou na Proclamação da República.

A atuação dos partidos políticos durante o Segundo Reinado foi bastante intensa e dois deles revezavam-se no poder: o Liberal e o Conservador.

Contudo, em 1868, uma briga havida entre os membros do Partido Liberal provocou uma cisão, dando origem ao Partido Radical, em 1869, o qual, em 1870, publicou um manifesto criticando o fato de o Brasil ser a única Monarquia em todo o Continente Americano.

O manifesto, assinado por Quintino Bocaiúva, Rangel Pestana, Saldanha Marinho e outros expoentes daquela geração, continha uma proposta de descentralização política, típica de uma Federação, isto é, de autonomia das províncias e municípios.

Foi o embrião do Partido Republicano, que, poderosamente, abrigou em suas fileiras, duas fortes correntes de pensamento: os evolucionistas e os revolucionários.

Os evolucionistas, representados por Quintino Bocaiúva, acreditavam na não-violência e julgavam que a República aconteceria naturalmente, sem lutas.

Os revolucionários, representados por Silva Jardim (vide a Coluna Efemérides do Boletim de Julho de 2000), propunham a luta armada como meio de derrubar o Império.

Os evolucionistas, por suas ideias, aliaram-se aos militares e à aristocracia cafeeira, conseguindo, desse modo, predominar sobre a corrente adversária.

Os contatos, encontros e reuniões para articular a derrubada do Império eram feitos às claras.

Conspiradores como Benjamim Constant, Deodoro da Fonseca e Sólon Ribeiro agiam abertamente e, no dia 14.11.1889, lançaram o boato de que o Governo Imperial havia mandado prender Deodoro e Benjamim, o que provocou a sublevação de 2 regimentos sediados em São Cristóvão, desencadeando a ação militar do dia seguinte, já sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca, o qual, sem derramamento de sangue, proclamou a República do Brasil.

A segunda metade do século XIX foi pródiga de acontecimentos decisivos na história do Brasil e, assim a sociedade conheceu importantes transformações econômicas, sociais e políticas, que modernizaram o país e o levaram a adotar relações mais dinâmicas de trabalho, podendo ser citadas como conquistas daquela época, que contribuíram para a Proclamação da República: instituição do trabalho assalariado; intensificação da imigração, principalmente de europeus; abolição da escravidão; novas ideias políticas, com a de Federação; surgimento de novos partidos políticos e enriquecimento do País com o café.

O primeiro Presidente do Brasil foi o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, nascido em Alagoas, em 1827 e que morreu no Rio de Janeiro em 1892.

O primeiro Ministério foi assim constituído: Campos Sales - Ministro da Justiça; Floriano Peixoto - Ministro da Guerra; Eduardo Nandenjkolk - Ministro da Marinha; Rui Barbosa - Ministro da Fazenda; Benjamim Constant - Ministro da Instrução Pública; Francisco Glicéreo - Ministro da Agricultura; Aristides Lobo - Ministro do Interior; Quintino Bocaiúva - Ministro do Exterior.

Outras personalidades também lutaram pela implantação da República, dentre eles, Prudente de Morais, Saldanha Marinho, Rangel Pestana, Silva Jardim e Francisco Manuel.

A Maçonaria mais uma vez ditou o rumo da história e fez valer seu princípio de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.









  • Fontes: HÉCTOR GUERRERO

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