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O TRÁGICO FIM DE UM ÍDOLO TRICOLOR

CASTILHO (Rio de Janeiro – RJ, 27/11/1927 † Rio de Janeiro – RJ, 02/02/1987)
Carlos José Castilho era um goleiro frio, seguro, um exímio defensor de pênaltis e muitas vezes chamado de “São Castilho”. Recebeu também o apelidado de leiteria devido à sua enorme sorte com a camisa do Fluminense. Numa extrema demonstração de amor ao clube, amputou a ponta de um dedo para se recuperar mais rapidamente de uma contusão. É considerado por muitos o maior goleiro da história do Tricolor e um dos maiores do Brasil de todos os tempos. Começou no Olaria e logo se transferiu para o Fluminense (campeão carioca em 1951/59 e 64, da Copa Rio em 1952 e do Torneio Rio-São Paulo em 1957 e 1960), onde permaneceu de 1946 a 1965, atuando em 698 jogos e sofrendo 764 gols. De um total de 84 pênaltis contra sua meta, defendeu 24. Teve uma breve passagem pelo Paysandu, de Belém, onde encerrou a carreira em 1965 conquistando o título paraense.
Participou das Copas do Mundo de 1950/54/58 e 62, sendo campeão em 1958 e 1962, e titular apenas na de 1954. Fez 29 jogos pela Seleção e sofreu 31 gols, sendo 25 oficias e 29 gols sofridos. Como técnico trabalhou por muitos anos no mundo árabe. No Brasil o seu título mais importante foi o de campeão paulista de 1984, dirigindo o Santos. Também teve uma passagem de destaque no comando do Operário (MS) no final dos anos 70. Por ironia do destino nunca treinou o seu tão querido Fluminense. Teve uma morte trágica, suicidando-se em 1987, no Rio de Janeiro, aos 59 anos. Ele vinha sofrendo de forte depressão e se jogou do sétimo andar do apartamento de sua primeira esposa. Estava de férias e brevemente retornaria ao comando da Seleção da Arábia Saudita.
Assim descreveu a revista Placar após sua morte: “A maioria das religiões reza que o Paraíso não acolhe os suicidas. É de se duvidar que Deus, em sua infinita sabedoria, vá dispensar da Seleção do Céu este tremendo camisa 1. Não é possível que lá no alto não haja lugar para um homem tão bom, nobre e despojado.”
A definição de Castilho sobre o goleiro: “O bom goleiro deixa passar as bolas impossíveis e defende todas as possíveis.”







  • Fontes: TADEU MIRACEMA