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SÃO MOMENTOS DE EMOÇÃO QUE TODO INICIADO JAMAIS ESQUECE

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

5 de novembro

O RECIPIENDÁRIO

Trata-se de uma expressão maçônica.
Recipiendário é aquele que recepcionado cerimoniosamente, isto é, dentro da cerimônia inciática.
Por melhor que transcorra um cerimonial iniciático, o iniciando pouco compreendeu do ritual em que tomou parte.
Certa confusão é natural, uma vez que ouviu muito mas pouco viu, e a linguagem ouvida, por lhe ser estranha, embaralhou seus pensamentos.
Cessada a emoção gerada pela cerimônia, o iniciando é recepcionado por meio de “discursos” e palmas.
Nem sequer, posto lhe seja oferecida a palavra, é capaz de tecer qualquer consideração a respeito; apenas mostra-se surpreso, cansado e constrangido porque não esperava tanta consideração e ser homenageado com tanto calor.
Nesse momento, a pessoa deixa de ser candidato e passa a ser denominado Recipiendário, nome um tanto estranho e totalmente desconhecido.
Essa denominação, porém, dura poucos momentos; ao sair do templo, já deixa de ser Recipiendário para ser Neófito.
Na próxima sessão a que comparecer, perde esse título e passa a ser irmão Aprendiz e, já totalmente integrado ao grupo, segue seu destino.
São momentos de emoção e felicidade que todo maçom conserva e não esquece.

Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino






A VELHICE NA MAÇONARIA

Outrora, a velhice era uma dignidade; hoje, ela é um peso. "Francois Chateaubriand"

Quando fui iniciado, a vida para mim ganhou um novo sentido, pelas novas amizades e pelo ensinamento que recebia nas instruções de meus preceptores.

A sessão maçônica era uma coisa extraordinariamente nova e reveladora.

Sonhava em crescer na ordem e ser como aqueles irmãos mais antigos, pois via neles tanto conhecimento e amizade, meus sábios inspiradores.

Aqueles “velhinhos” eram a porta para meu ingresso no conhecimento e na filosofia da Arte Real.
Para mim, eles viviam num mundo de felicidade e que aquilo era uma herança, que levariam até os dias da velhice.

Esse sentimento inundava o meu espírito de paz e esperança.
Jamais poderia pensar que o caminhar dos anos trouxesse consigo mudanças tão importantes.

Parece que a juventude não conhece o segredo para a transmutação e quando a idade avança, somos pegos por uma realidade surpreendente, às vezes desalentadora.

A ordem que servimos por décadas a fio, dispensando os maiores esforços, nos abandonara na idade senil. Justamente quando estamos mais carentes e fragilizados.

Na America do Norte, os maçons idosos vão para o albergue da ordem onde vivem em paz e dignamente.

Toco nesse assunto, levando em conta casos de irmãos que vivem no mais completo abandono maçônico. Vitimados por uma enfermidade não saem para lugar algum, aprisionados em suas casas.

Essa realidade é bem diferente dos templos aconchegantes e das amplas festas e Copos D'Água que um dia frequentaram.

Aquela alegria barulhenta e os abraços fraternos deram lugar ao abandono, ao ostracismo involuntário e ao silêncio cósmico que arrasa seu moral.

Se tivessem a mão amiga de um irmão, poderia ir à Loja, aos almoços e de novo serem felizes.

A maçonaria, pródiga em ajudar os velhinhos dos asilos profanos, vira a cara para seus próprios membros que nem sempre precisam de apoio pecuniário, apenas de uma visita.

A tentativa de levar irmãos à casa de um enfermo sempre resulta em fracasso, pois ninguém se interessa. As "ditas" Autoridades Maçônicas, esses, nunca vão.

O tempo corre célere e a vida escapa pelos dedos como o mercúrio.
Irmãos, ainda há tempo, embora curto, para amar o próximo, pois o Céu não pode esperar.
Juracy Vilela de Sousa – Grão-Mestre de Honra do GORS (GRANDE ORIENTE DO RIO GRANDE DO SUL)
  • Fontes: GRUPO GI APR