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O PATÍBULO FOI ARMADO PELO CARPINTEIRO JOSÉ HENRIQUE.

TEXTOS DINIZIANOS

O LARGO DA FORCA

Por muitos anos a Praça de Santa Terezinha foi conhecida como "Largo da Forca". Queira sentar-se que lá vem história.
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O patíbulo foi armado pelo carpinteiro José Henrique (o popular "Maneta") muito habilidoso em sua arte, apesar do defeito em uma das mãos, em frente ao Santuário.
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Era um quadrado de madeira lavrada, uma escada com poucos degraus e sustentada por um tablado com cerca de um metro de altura, por grossos troncos de madeira roliça de peroba.
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Ali foi executado Felicinho, como era conhecido Feliciano Ribeiro de Andrade, autor do assassinato de sua própria esposa na Freguesia de Caçapava.
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O cortejo seguiu pelas ruas centrais de Taubaté, tendo à frente o condenado, ladeado pelo confessor e pelo carrasco.
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A seguir vinha uma banda marcial com seus tambores e clarins, seguida por um piquete de soldados.
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Finalmente vinha o zé povinho, contrito, todos de cabeças baixas. Quando cessava o toque da banda, o silencio era aterrador.
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As casas por onde passava o cortejo cerravam as portas e janelas, algumas apenas com frestas amparadas, sutilmente seguradas pelos curiosos.
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Assim foi enforcado Felicinho. O registro oficial do acontecimento, inédito em Taubaté, assinala.
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"Foi executada a pena de morte de Feliciano Ribeiro de Andrade, réu processado pelo crime de assassinato por ele feito em sua mulher, pela sub delegacia da Freguesia de Caçapava e sustentada por esta Juízo a 17 de Julho de 1851, pelo juiz municipal Francisco Honorato de Alarcão".
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No local do patíbulo foi erguida uma santa cruz, onde todas as segundas feiras se acendem velas pela intenção dos mortos.
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Dentre eles, certamente o infeliz Felicinho.
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Mais um texto de meu último livro "Tribos de Taubaté", de 2018.






  • Fontes: JOSÉ DINIZ JUNIOR